em um mar de confusâo: o Mar Perdido

Nâo chegou a Capitâo.

Mas fui nomeado Inspector de Trabalho da Companhia, que soubo valorar os seus anos de experiencia e conhecimentos probados nessa materia, como se pode apreciar nesta foto-testemunha.

Pôs muito zelo e empenho na tarefa, conseguindo resultados brilhantes, económicamente muito rentabeis para a Companhia, pelo que fui escalando postos sem pausa, e gratificado generosamente.

Os aforros de Pessoal alcançados em poucos anos obrigaron a Empresa a solicitar e obter a aplicaçâo de um E.R.E. mediante o qual fui reducido o Pessoal a metade.

Ele, naturalmente, nâo foi afectado pela medida.

Nunca mais ninguem voltou a deitarse na mesa de trabalho, nem do cuarto de derrota como costumaba a fazer ele durante as suas guardias de mar, nem em cualquer outro lugar do barco.

Bem ao contrario, os marinheiros, asustados pelas conseqüências da Grande Crise Económica que tinha começado no 2008, da adopçâo de bandeiras de conveniençia pelas Companhías Marítimas, da construçao de grandes oleodutos, e da concurrencia de mâo de obra barata procedente de Filipinas e o Sudeste asiático, acordaron propor a Companhía que lhes impusesse uma reduçao de salários e dos períodos de ferias pago para sí mesmos, e que lhes fossem aumentadas as guardias de 8 para 12 horas diarias, considerando que ao ter que permanecer abordo as 24 horas do dia, gozar 16 horas de ocio abordo sem ter nada do que gozar era um abuso imperdoabel contra a empresa, asi que milhor trabalhar mais para ter contentes aos Armadores.

Por tudo isso, transcurridos dois anos, a Empresa considerou que já nâo precisaba dos seus serviços por mais tempo. E, acolhendose a Reforma do Mercado de Trabalho de "Zapatero y el Mundo Entero" orquestada pelo FMI - o BM - o G20 - o G8 e o 78 - com Obama Merkel e Sarkozy em funçâo dos tres tenores, decidiu o seu despido, que o Sr. Magistrado considerou plenamente justificado pela situaçâo de ostracismo em que se encontraba o Inspector de Trabalho, sem vagos e maleantes que inspeccionar, rebaixando por tanto a sua indemnizaçâo a 12 dias de salário por ano trabalhado.

E foise para a sua casa, acho que é em Córdoba, e ali, seica, passa as horas mortas botando barquinhos de papel e de cortiça ao Guadalquivir para afogar as saudades

do Mar Perdido.

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P:D:
Que por qué sei eu tudo isto?

Porque eu cheguei destinado a este barco da foto quando ele fui promovido a Inspector e achei esquecida a foto que aqui se mostra, que recolhi para lhe dar na primeira ocasiâo que tivera de encontrarme con ele, e irme assim fazendo coa sua simpatia, por si acasso. (As ruindades sâo um pouquinho menores quando se confessam)

E nessas ando, ainda que como começo a estar cansado e aburrido de esperar e duvido muito que aquele momento chegue, decidime a publicar aqui a sua foto na certeza de que ele a localizara porque este Blog, e as estatísticas de control de acesso ao blog asi o confirman, e mais visto que o TIMES.
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E, que qué é o que se passou comigo? Noutro momento, mais devagar, já o contarei.
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N.B. Nâo corresponde a este Blog recolher este tipo de noticias pelo que en quanto mo aceptem noutra parte ali ira a parar