no ocaso, Luis por acaso: (www.astormentas.com)

Poema ao acaso


<p>Viver sempre também cansa!<br><br>O sol é sempre o mesmo e o céu azul<br>ora é azul, nitidamente azul,<br>ora é cinza, negro, quase verde...<br>Mas nunca tem a cor inesperada.<br><br>O Mundo não se modifica.<br>As árvores dão flores,<br>folhas, frutos e pássaros<br>como máquinas verdes.<br><br>As paisagens não se transformam<br>Não cai neve vermelha&nbsp;<br>Não há flores que voem,&nbsp;<br>A lua não tem olhos&nbsp;<br>Ninguém vai pintar olhos à lua&nbsp;<br><br>Tudo é igual, mecânico e exacto&nbsp;<br><br>Ainda por cima os homens são os homens&nbsp;<br>Soluçam, bebem riem e digerem&nbsp;<br>sem imaginação.&nbsp;<br><br>E há bairros miseráveis sempre os mesmos<br>discursos de Mussolini,<br>guerras, orgulhos em transe&nbsp;<br>automóveis de corrida...&nbsp;<br><br>E obrigam-me a viver até à morte!&nbsp;<br><br>Pois não era mais humano&nbsp;<br>Morrer por um bocadinho&nbsp;<br>De vez em quando&nbsp;<br>E recomeçar depois&nbsp;<br>Achando tudo mais novo?&nbsp;<br><br>Ah! Se eu podesse suicidar-me por seis meses&nbsp;<br>Morre em cima dum divã&nbsp;<br>Com a cabeça sobre uma almofada&nbsp;<br>Confiante e sereno por saber&nbsp;<br>Que tu velavas, meu amor do norte.&nbsp;<br><br>Quando viessem perguntar por mim&nbsp;<br>Havias de dizer com teu sorriso&nbsp;<br>Onde arde um coração em melodia&nbsp;<br>Matou-se esta manhã&nbsp;<br>Agora não o vou ressuscitar&nbsp;<br>Por uma bagatela&nbsp;<br><br>E virias depois, suavemente,<br>velar por mim, subtil e cuidadosa,<br>pé ante pé, não fosses acordar<br>a Morte ainda menina no meu colo..<br>&nbsp;</p>


miércoles, 11 de noviembre de 2009

'crecimento' económico sobre rodas





No hay comentarios:

Publicar un comentario